HIPERPLASIA PROSTÁTICA


hiperplasia prostática é uma doença relativamente comum em cães idosos não castrados, e está relacionada ao aumento da próstata, que é uma glândula envolvida na produção de hormônios sexuais e secreções que mantêm os espermatozoides viáveis para a fecundação dos óvulos durante o cruzamento. Diferentemente dos humanos, espécie em que essa patologia pode estar relacionada a alguns tipos de câncer, nos cães normalmente a doença tem caráter benigno, e normalmente a castração é o procedimento de escolha para a resolução do problema.
Os cães acometidos pela hiperplasia da próstata podem apresentar sinais clínicos que chamam a atenção de seus proprietários, como dificuldade para urinar e/ou defecar, dificuldade em se sustentar sobre os membros posteriores, sinais de infeção urinária, e em estágios mais avançados da doença, até mesmo sinais que apontam para infeções que acometem múltiplos órgãos (sepse). Isso acontece porque o aumento progressivo do tamanho da glândula favorece o surgimento de galerias preenchidas por secreção em seu interior (cistos prostáticos), e como a glândula se comunica com o sistema urinário, pode ocorrer contaminação do conteúdo desses cistos por via ascendente, a partir da urina.
Também a infeção urinária pode ocorrer em função da maior retenção de urina dentro da bexiga que a hiperplasia causa, pois a uretra, que é um segmento do trato urinário, atravessa a glândula como um túnel, e como esta última está aumentada de volume, ela tende a pressionar a uretra fazendo com que o esvaziamento da bexiga seja menos frequente e muitas vezes incompleto, criando assim um meio que favorece a instalação de bactérias e sua multiplicação na urina. Um quadro semelhante também pode ocorrer em relação ao reto, que é a porção final do intestino, e que também pode ser comprimido pela próstata aumentada de tamanho, fazendo com que o animal apresente retenção de fezes (fecaloma) e/ou defeque com menos frequência e em menor volume que o habitual.
Outra anormalidade que comumente acompanha a hiperplasia prostática, surgindo na maior parte das vezes antes mesmo dos sinais de infeção, é a hérnia perineal. Ela é decorrente de uma flacidez na musculatura perineal (entre o ânus e a base do escroto), que surge em consequência do aumento da pressão dentro do abdômen, já que a próstata aumentada faz com que o animal faça mais força para urinar e defecar e force essa musculatura além da capacidade de sustentação. Assim, o proprietário observará um aumento de volume nessa região, onde normalmente ficam alojados a porção final do intestino e/ou a bexiga, e dependendo do grau de compressão que esses órgãos sofrem dentro dessa hérnia, a desvitalização desses segmentos pode fazer como que eles se rompam e seus conteúdos (fezes e/ou urina) extravazem e causem um quadro conhecido como peritonite, pois essas secreções ficam em contato com todos os órgãos no interior do abdômen do animal, disseminando focos de infeção por serem secreções extremamente contaminadas.
É importante a avaliação periódica de animais a partir dos 6 anos de vida, principalmente os que não foram castrados, pois sinais de infeções urinárias que não respondem a tratamentos ou que reincidem, podem estar relacionados com a hiperplasia da próstata. Nessas reavaliações, e conveniente que sejam feitos tanto exames laboratoriais, de sangue e urina, como também exames de imagem, como o ultrassom abdominal e estudos radiográficos. Animais que apresentam aumento da próstata detetados no ultrassom devem ser acompanhados de perto, a fim de se evitar que o quadro evolua para as formas mais graves da doença, e a castração (orquiectomia) deve ser considerada como forma de se prevenir maiores problemas.

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